Dois acusados de participação no desaparecimento da empresária Leuda foram a júri popular nessa quarta-feira dia 22 no fórum da comarca de Vitorino Freire. O crime ocorreu em março de 2020 e chocou toda a sociedade vitorinense pela brutalidade dos acusados. Até o momento, o corpo da empresária não foi encontrado, porém, através das investigações da polícia civil e a confissão de Franciane Lima foi possível desvendar o crime com riqueza de detalhes e assegurar a autoria.

ENTENDA O CASO

Em março de 2020 começaram a circular nas redes sociais informações sobre o desaparecimento da empresária Maria Hilda, conhecida como Leuda. Após buscas e investigações, a polícia conseguiu prender Franciane que confessou participação no desaparecimento da empresária além de apontar outros dois envolvidos, Gonçalo e Mailson Reis.

Leuda e Franciane eram vizinhas e amigas. Ambas frequentavam a casa uma da outra. Ao tomar conhecimento que Leuda teria vendido parte do seu gado para comprar um veículo e que o dinheiro estaria guardado em sua casa, Franciane teria arquitetado juntamente com os dois comparsas um plano para subtrair o montante.

Franciane se aproveitou da amizade e intimidade que tinha com a vítima e a embriagou. Enquanto Leuda dormia, Franciane saiu da casa deixando a porta aberta para a entrada de Mailson. O plano inicial foi frustrado porque Leuda teria acordado na madrugada para tomar água na cozinha e ao voltar para o quarto teria trancado a porta impossibilitando o acesso ao cofre onde estaria o dinheiro.

Sem conseguir executar o plano, Mailson teria saído da casa levando apenas um aparelho celular da vítima, na fuga acabou esquecendo uma mochila com os objetos que utilizaria para realizar o crime. Ao acordar pela manhã e dar de cara com a mochila, Leuda teria procurado Franciane, com quem esteve na noite anterior, para indagar sobre o que havia acontecido. Franciane teria tentado contornar a situação, mas Leuda insistiu e afirmou que iria olhar as câmeras de segurança. Após discutirem, Franciane convenceu Leuda a ir almoçar em sua casa. Ao chegar, a vítima foi surpreendida por Gonçalo e Mailson que já estavam no local, Leuda foi então imobilizada e levada para um dos cômodos da casa onde foi estrangulada e esquartejada, os restos mortais foram colocados em uma caixa e transportado na garupa de uma moto por Gonçalo que foi seguido por Mailson que pilotava a moto da vítima. Tanto o corpo quanto a moto de Leuda teriam sido jogados no rio Grajaú, no povoado furo. A moto foi encontrada no mês de maio do corrente ano, o corpo não foi encontrado.

Após o crime, Gonçalo e Mailson fugiram. Mailson foi preso meses depois em uma chácara em Campinas, interior de São Paulo. Gonçalo ainda está foragido.

O JULGAMENTO

Franciane e Mailson aguardavam presos o julgamento  e foram conduzidos até o fórum da comarca de Vitorino Freire para serem submetidos a júri popular. No julgamento que durou o dia todo e entrou pela noite, Franciane, ao ser ouvida, afirmou que Gonçalo a teria coagido a participar do crime, que era constantemente ameaçada e que se ela não colaborasse ele mataria seu filho e os demais familiares.

Já Mailson, ao ser ouvido, negou veementemente qualquer participação no crime e afirmou que nunca esteve na cidade no dia do cometimento do crime.

O veredito saiu já no começo madrugada. O conselho de sentença decidiu pela condenação dos acusados pelo crime de homicídio e roubo, além de terem as penas aumentadas por terem ocultado o cadáver da vítima.

Franciane foi condenada a 28 anos e 6 meses de prisão. Regime inicialmente fechado.

Mailson foi condenado a 26 anos e 4 meses de prisão. Regime inicial fechado.

Ainda cabe recurso nos termos da lei.