Nossa região tem uma peculiaridade que a caracteriza e a distingue de qualquer outra região do planeta, sem exagero. Trata-se da palmeira, ou melhor, das palmeiras; palmeiras essas que inspiraram e inspiram muitos corações distantes, mas saudosos dessa terra sem igual. Um grande poeta maranhense, apaixonado por essa terra, tornou essa árvore mundialmente conhecida em um dos seus poemas que, aliás, faz parte inclusive do nosso hino nacional; trata-se de Gonçalves Dias, ilustre maranhense, orgulho de nossa gente, porém ainda pouco valorizado. Para onde se olha só se ver palmeiras, é algo tão comum que nem nos damos conta dessa incrível obra de artes da natureza. Quem dera tivéssemos a mesma sensibilidade de Gonçalves Dias em relação a essa planta. Atrevo-me a dizer que a palmeira de babaçu está para nós maranhenses assim como o bambu está para os orientais, sem sombra de dúvida.
Canção do exílio
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Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.