Não há muito que dizer, as imagens falam por si mesmas; porém, há muito que fazer. Desde que o mundo é mundo, os rios representam agregadores de espécies vivas, inclusive de seres humanas, quantas cidades e civilizações não surgiram às margens de rios?! O rio Nilo, por exemplo, se confunde com a própria história do Egito; e o que falar do Ganges, adorado pelos indianos?! O Sena, o Tigre, o Prata.

Os exemplos da boa relação com os rios são muitos, mas infelizmente não é o nosso caso. Nossa cultura é de destruição, pouco nos importamos com nossas águas, talvez por tê-la em abundância tendamos a achar que nunca vai acabar.

A ganância de fazendeiros, empresários e o desconhecimento das populações ribeirinhas estão fazendo com que nossos rios agonizem lentamente até a morte. Mas não são somente os envolvidos diretamente com o rio que são os causadores da destruição, conscientemente ou não, todos nós somos responsáveis, pois, a partir do momento que não nos preocupamos com a causa e não cobramos providências, estamos também colaborando para o desastre.

Em visita ao rio Grajaú, tive a certeza que se nada for feito o quanto antes, em pouco tempo não teremos mais o rio. Tido como morto por muitos estudiosos, o rio pede socorro e mostra que ainda não morreu.

Como se percebe nas imagens, a destruição é latente, na maior parte do rio anda-se com água a altura da canela, em boa parte, não chega a um palmo de profundidade; matas ciliares?... quem liga para isso?... praticamente não existem! O rio está cada vez mais largo e consequentemente, mais raso. É preciso recuperar urgentemente as margens, caso contrário, em pouco tempo, teremos dunas no lugar da água.

Peixes são raros, se é que ainda existem! Importamos de longe e nem pensamos na possibilidade de tentar recuperar o rio para termos peixes mais acessíveis e frescos.

É preciso envolvimento e engajamento para salvar o Grajaú. Por enquanto a preocupação que se tem é com a construção sem fim da ponte e seus milhões que sabe lá Deus para onde estão indo. O rio tenta manter o seu curso, diferentemente das verbas públicas da ponte.